Rafting no rio Paraibuna em Natividade da Serra - SP

O Turismo de Aventura pode ser usado como ferramenta na educação ambiental,principalmente quando praticado em áreas de conservação ambiental.
Como em qualquer atividade turística, o Turismo de Aventura deve contemplar, em sua prática, comportamentos e atitudes que possam evitar e minimizar impactos negativos ao ambiente, ou seja, incluir práticas de sustentabilidade.
Também é relevante lembrar que toda a prática de atividade de aventura deve considerar alguns itens principais, como: transporte, acomodação, alimentação,condução (acompanhamento por profissionais capacitados em cada prática que se proponha a conduzir, conforme a ABNT), equipamentos, graus de dificuldade na prática do Turismo de Aventura, segurança, (planos de emergência e a criação de Grupos Voluntários de Busca e Salvamento de Turismo de Aventura) e informações aos turistas. Dessa forma, as operadoras de turismo de aventura poderão alcançar a excelência nos serviços oferecidos aos clientes.
O rafting desperta no indivíduo o prazer e a satisfação de desfrutar das belezas naturais proporcionadas pelos rios e seu entorno. Hoje, além de ser praticado por amantes do ecoturismo, o rafting é usado em grupos de trabalho para despertar aspectos de liderança, trabalho em equipe, desafio e conscientização ambiental. A prática surgiu no final do século XIX, no rio Colorado, nos Estados Unidos. No Brasil, o rafting é praticado desde a década de 1980 e, em São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra, desde 1996.
O esporte é a descida em corredeiras utilizando botes infláveis, tem se tornado bastante procurado, principalmente, por ser uma atividade que favorece a participação cooperativa em grupo. Outra característica bastante atraente em relação a essa atividade de aventura é sua “pseudo-imprevisibilidade”, decorrente das variações nas condições climáticas e nos rios, o que gera uma quebra da rotina e desperta o espírito aventureiro dos turistas. 
O rio Paraibuna possui no entorno áreas com vegetação em elevado estágio de conservação e considerado Patrimônio Natural Mundial devido a sua biodiversidade e características morfológicas interessantes para a prática do rafting. São várias cachoeiras e corredeiras, algumas consideradas com grau máximo de dificuldade, enquadradas na classificação Classe III +. A Classificação de Corredeiras é determinada por uma Convenção Internacional que veio a estabelecer seis classes de acordo com o nível de dificuldade, sendo expressas em algarismos romanos de I até VI, permitindo em cada uma das classes receber um complemento + ou para melhor diferenciá-las. 
A classe II é constituída por corredeiras fáceis, com a presença de ondas lisas e estáveis com refluxos de pedras. Os canais a serem transpostos são abertos e com caminho óbvio, mas às vezes exigem um pouco de técnica para serem transpostos sem encalhes. Na classe III, as corredeiras são compostas por ondas altas e irregulares e os desníveis com presença de refluxos maiores, podendo apresentar passagens estreitas que requerem manobras mais complexas, exigindo maior conhecimento técnico do condutor para a transposição com segurança.
O Rafting no Rio Paraibuna ganhou status heroico na região, graças à ajuda que os instrutores de rafting deram a dezenas de pessoas durante as enchentes de São Luiz do Paraitinga em 2010. Há roteiros para todos os perfis, do turista iniciante no esporte até o mais experiente, só vai depender do trecho do rio que o grupo vai navegar. Há também roteiros de 2, 4 ou 6 horas de duração. As agências que promovem o rafting também fazem paradas para o lanche no meio do percurso, proporcionando um momento de relaxamento no passeio.
Quem acha que praticar rafting é só descer a correnteza ou as quedas de um rio em cima de um bote, se engana. Nesse esporte, as águas do rio pulsam, refrescam e levam embora qualquer vestígio de estresse e cansaço. Remadas fortes e sincronizadas impulsionam o bote.
Ainda em terra começa o ritual de instrução sobre os comandos de remada e salvamento, para que os participantes tenham noção da segurança necessária. Pausa para o alongamento e fotos das equipes de cada bote. O passeio começa, alguns minutos passam até que os 4 ou 5 participantes mais o guia de cada bote acertem a remada, que deve ser feita em sincronia, acompanhando os dois remadores posicionados na frente do bote (responsáveis pelo ritmo)
A força da correnteza leva a embarcação para a corredeira à frente. E, rapidamente, chega-se a um turbilhão de água – um verdadeiro funil.
Quando o instrutor grita “Piso!”,  todos se ajoelham, à procura de estabilidade. Em seguida, o bote encalha no estreito buraco cercado de rochas, mas, embaixo, a água continua a toda força. Os participantes ouvem o segundo comando “Peso à direita!”, e se colocam nessa posição, mas no lado mais alto da embarcação, para que o bote se desprenda das rochas. Ufa! O bote navega novamente no rio.
O instrutor de rafting dá os comandos: “Frente”, “Ré”, “Direita ré”, “Esquerda ré”, “Parou”, e todos devem fazer os movimentos em perfeita sintonia. 


Desço este rio de bote há mais de 20 anos e sempre é diferente. A natureza se refaz, se recicla, apresenta belezas e obstáculos novos a cada percurso. Sinto-me feliz de poder tirar meu ganha-pão desta aventura”, diz João Eduardo Espírito Santos, guia e proprietário da Cia de Rafting, operadora de ecoturismo localizada em São Luiz.

A expedição denominada Braz Adão que ocorre no rio Paraibuna no trecho do município de Natividade da Serra e leva em média 4 horas, percurso de oito quilômetros e possui quedas de nível 2, 3, 3+ e 4 (o mais difícil é o nível 5, sendo o nível 6 impraticável mesmo para profissionais), e trechos de calmaria e remanso propícios à contemplação.
Natureza bela, nos momentos de portagem, a sugestão é caminhar pelas rochas e admirar a sua formação. Ora as rochas formam uma escadaria, ora apresentam formas arredondadas, ora se mesclam em múltiplas arquiteturas. Sem falar na mata ciliar, que ladeia o Rio Paraibuna, praticamente intocada. Esplêndida. Os poucos moradores ribeirinhos são os guardiões deste trecho de Mata Atlântica.
As condições do tempo e o nível de água do rio são fatores naturais que interferem na expedição. Dá para fazer rafting em dia ensolarado, nublado ou chuvoso, mas claro que a paisagem fica perfeita num dia de céu azul, quando o calor do Sol aquece e aumenta a adrenalina dos aventureiros. E, se o rio estiver cheio, isso facilita a passagem dos botes pelas quedas e cria uma dose extra de adrenalina. No final do passeio vem a sensação de querer mais, e os aventureiros se despedem com um “até breve”, bem breve.

Quem pode praticar: crianças acima de 12 anos até idosos podem praticar com percursos de até o nível 4, acompanhados de guia experiente.

Dicas antes da viagem: dormir cedo na noite anterior; não ingerir bebida alcoólica na noite anterior e, no dia do programa, tomar um café da manhã reforçado.

O que é oferecido pelas empresas operadoras: seguro de acidentes pessoais, equipamentos (botes, coletes salva-vidas, capacetes, jaquetas a prova dagua), cabo de resgate, primeiros socorros, guias, transporte local do ponto de encontro até a atividade e retorno para o ponto de encontro, lanche na metade do percurso de rafting, veículo de apoio com rádio VHF, caiaque de segurança.

O que levar: par extra de tênis, bermuda, toalha, repelente, protetor solar, máquina fotográfica, e, para quem usa óculos, é recomendada a utilização de algum tipo de protetor para casos de quedas.
Serviço: www.ciaderafting.com.br, e-mail: rafting@ciaderafting.com.br. Fones: (12) 3671 2665 (São Luiz do Paraitinga) e (12) 3018 4809 (São José dos Campos). Preço: R$ 180,00 por pessoa.


APOIO CULTURAL: